...Como eu já havia dito antes, não há nada de especial nesse mês
e mesmo assim eu, que tenho 21 anos e [pareço ter mais, as pessoas sempre me
dizem isso], amo literatura: em especial a poesia; não que eu não nutra amor
pela prosa e as canções, pelo contrário. Tudo que é literário atrai-me de certa
maneira.
Seguindo a minha
rotina de acordar-lavar-e-cozinhar, eu vivo de leituras e de observar as
pessoas que passam em frente à minha casa; impossível é não reparar, moro numa
casa de esquina, que por sinal é aberta. Essa liberdade me possibilita várias
visões, mas não é sobre isso que quero falar... Estou apenas enrolando... É
assim que eu vivo: vivo-me nessas invenções, ilusões... Tudo em minha vida é
matéria para prosa.
E falando em
prosa. Lembro-me que visitei uma amiga muito especial. O nome não citarei. Quando
nós nos encontramos o papo flui duma forma tão natural e intensa - coisa de
alma. Literatura, filosofia, religião, falamos sobre praticamente tudo. Ela é a
melhor pessoa que me entende. E somos tão diferentes: deve ser essa à
explicação plausível para tanto entendimento. Não que não haja discórdia,
sim, há, mas até no lado avesso a gente encontra um modo de se entender.
Nessa visita
falamos muito no personagem que ainda não dará sua graça por aqui: os
carapanãs. [aguardem...] E o tempo seco. O mês de Agosto que tirou o gosto da
chuva. Tirou o gosto gostoso que era limpar a casa. Minha limpeza tornou-se
inquietação. O que antes me trazia paz, agora me causa tormento. Mas na vida
sempre há dois lados: em tudo há! Com minha amiga consegui encontrar horas de
alento. Sentir o sabor do vento sem queixar-me da poeira erguida e da
rotina.
Perdi o foco de
novo. E eu digo: não encontrarás em mim lógica. Sou desses incertos e
repentinos. A qualquer momento posso mudar o movimento e esquecer-me da forma.
Assim segue a minha nada interessante narrativa sobre o tempo seco que é esse
mês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário