Deu-me uma vontade de falar sobre esse mês: Agosto. Nada de
especial. Nada de sublime nesse mês seco, que seca minha boca e faz da poeira
minha inimiga - aliás, quando fomos amigos? E o engraçado é que não há graça. O
mês está se findando e eu tive à vontade: veio-me como um desejo irresistível -
e como sou fraco, cedo a tudo - pelo menos a quase tudo, resolvi escrever.
... Então começou o mês de Agosto.
Era uma vez o mês de Agosto. [estou indeciso, não sei qual o melhor modo de
começar isso e isso é tão importante para mim: e para quem ler será tão idiota,
será tão: ele não tem nada de bom para oferecer - e mesmo assim eu ficarei
feliz, pois tudo isso sou eu: inútil e necessário - a última parte vou ficar
devendo - quem é que nunca deixou uma conta em branco?]
...O mês que seca tudo, inclusive à
chuva que não desce, faz do sol meu algoz. E as donas de casa ficam irritadas
com tanta água que é gasta, na tentativa frustrada de amenizar a poeira - e
nada; é mais do que necessário paciência, pois, meu Deus, quem sobrevive sem
nenhuma crise de tosse, é um verdadeiro herói. Eu, que me chamo Joémerson,
vagabundo por natureza e poeta por distração, fico louco com tudo isso, mas
tenho de reconhecer minha pequeneza diante das coisas que são maiores do que
eu: e a lição que fica é: respeito.
Outro personagem que povoará essa
história são os carapanãs. Ah, eles são duros na queda, sem contar que andam
sempre juntos, cantam e se alimentam de nós. Tudo isso misturado à seca total:
sem chuva, sem amor, com calor, com desejo e os meus medos: ou seja, uma vida
totalmente humana. Assim segue o começo malfeito dessa narrativa. Prometo
mais coerência e coesão a partir das próximas.
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