Chico, tocador de violão
Com seu chapéu branco
Calças e sorrisos largos.
Olhos verdes esmeralda
– Que negro galante,
Suspirava as mulheres.
E ele, sabendo disso,
Exibia-se. Tocava
Seu charme nas notas
Da canção. Que voz!
Chico era de matar
E matava os seus inimigos
(tantos, tantos... cantava depois ele!)
Chico era homem de lei própria:
Mas vale a liberdade, do que aliança
Na mão. Era sempre não
para essas
Coisas de coração. Homem forte
Não se avexa com isso – cantarolava
Ele nos bares. Nas esquinas e nos bordeis!
Os pais das moças detestavam-no. .
Mas a docíssima voz do negro
Encantava até os jovens delicados.
Numa noite o Chico apaixonou-se.
Viu Maria passar, foi só isso para
Fazer perder o negro a cabeça...
O negro doido, sério quis ficar.
Mas a Maria impossível
Ser-lhe-ia. Seu pai, coronel
De muita influência, nutria
Ódio amarguíssimo pelo
Negro galanteador.
A mãe de Maria adoentada
Mal podia velar pela filha.
O Chico a par de tudo isso
Fez pinta de bom moço
Quis ajudar a mãe
da
Moça. Assim
conquistaria
Maria.
Quando o coronel
soube,
Veio-lhe uma ideia.
Armou uma tocaia,
Sem que Maria
percebesse.
O pai a fez buscar
remédios
E ela chamou o Chico.
Ele nem parecia mais
Aquele negro
esperto.
Num tiro veloz
O Chico perdeu a bela
voz.
Maria chorou, gritou, quis
Ajudar. O pai a levou para
Casa. Mas a morte vem
Para todos. Naquele
dia
Chico e a mãe de
Maria
Partiram.
(Foi assim que a cidadezinha ganhou um herói e uma santa!)
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