sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Angústia

Meu Deus, como foi que eu cheguei aqui? Como foi que eu deixei me levar por um sentimento tão frágil e recente - e que mesmo assim roubou-me minha inteireza: e acabei na mediocridade! Ó, não sei se tento entender, ou deixo-me levar: e para onde irei? As minhas pernas continuam e se desequilibram nesse desespero de viver: viver é um desespero alegre. A gente tem a vida e quer esquecer a morte - e por isso traçamos, e ocupamos, a mente com planos e mais planos. Meu Deus, só agora eu percebi, não tenho planos. Acumulei-me de nada. E eu vivia bem. Eu sabia me identificar no meio do nada: um nada seco e alegre - eu era feliz - a felicidade alheia fez-me infeliz. E eu sabia. Eu sei que eu sabia me achar! E agora, com essa decepção, uma tristeza maior que meu sopro de vida me tomou: uma necessidade de buscar por forças, fez-me cair no tropeço de minha falta de coragem: e eu fui fraco ao esquecer-me da minha vontade - e eu quis falar, quis apenas desabafar com alguém e acabei prendendo-me nesse outro. Não sei como voltar: não sei por que desejo tanto voltar...

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