A data certa não quero lembrar. Aconteceu. Partimos, alunos de Letras e História, para uma viagem de estudo: São Paulo, uma cidade em Minas e Rio de Janeiro. Até então, tudo bem, cada um com seu espaço. Na verdade a coisa começou aí. Alguns queriam ficar deitados - eu, não. O sono sempre deixou-me na mão. E assim que se inicia a minha história. Pela falta de sono pude me reaproximar de um amigo - um amigo a quem já não tinha palavras para trocar. Depois, os outros amigos que também não eram tão amigos assim: não dá para prevalecer em paz em todo tempo, ainda mais em 4 anos - brincamos. Chegamos a São Paulo e tivemos de unir forças - pequenas brigas e muitos sorrisos. Lágrimas internas, magoas externas. Perdão. Reconciliação: verdades e mentiras à tona. Meu coração me delatou. Fiquei bêbado, precisava disso. Felizmente, nada de grave aconteceu. No Rio de Janeiro o mar foi o cenário de reflexão e mais lágrimas, mais sorrisos. O Drummond presente, a saudade de casa manteve-se ausente - exceto pela minha vontade de organizar, limpar. Sempre lavava a louças. Foi isso que me salvou. Essa viagem veio na hora certa. Além de toda a bagagem cultural e de certos atritos: impossível não havê-los quando se está com várias pessoas, na verdade uma pessoa já é um atrito. Confesso, eu pude perceber que eu nunca me amei - e é hora de mudar. O meu coração pede isso. Devo continuar. Procurar o equilíbrio para fazer feliz alguém que eu amo. Escrevo aqui minha escolha: ser feliz. Não importa as pedras, as culpas que vão me lançar, a vida requer essa atitude. "Eu estarei dançando..."